Gestão de Crises não é para amadores
Coronavírus. Covid-19. Pandemia. Isolamento Social. Mortes aos milhares. Paralisia econômica. Renda zero. Emprego zero. Gripezinha. Fique em casa. Dissonâncias. Overdose de informação. Tudo o que você vivia acaba de mudar, assim, como se seus dedos apertassem o controle remoto e o canal mudasse, sem volta para o anterior. Assim é agora no mundo. Todo mundo acossado, perdido, e sem poder parar.
Já fui gestor de muitas crises de imagem, seja na área pública ou privada. Ao longo de mais de 25 anos na área da comunicação, o que sempre ouvi e vi acontecer em momentos de crise foi “precisamos reduzir custos”. Qual o primeiro corte? Comunicação, marketing. Toda reação ao que acontecia começava por cortar o que jamais deveria ser cortado que são os investimentos em comunicação. Na crise se deve investir mais no guarda-chuva da comunicação, nunca menos.
A cada corte que vi, e também fui cortado muitas vezes, após a crise o custo para o “retorno à normalidade” sempre foi muitas vezes mais alto que a manutenção custaria. É simples de entender. Como diz o personagem de um filme infantil, continue a nadar. A onda poder ser gigante. Continue a nadar e ainda mais forte para superá-la. Ao escolher a paralisia, a força desta onda te jogará para a praia, ou as pedras. Você terá, se tiver resistido, que voltar a nadar desde a orla até chegar novamente no lugar onde havia conquistado.
Afora isso, não cortar investimentos em comunicação, ainda mais na era ultra-digital em que vivemos, há que se ter gestores testados e preparados para crises. A experiência dá segurança e muita antevisão do que fazer, como fazer, aonde e quando agir. Não que o experiente tenha a bola de cristal e, ao tocar lá vem o futuro, nada disso. Um profissional de comunicação experiente e vivido em vitórias, derrotas, erros e acertos, meio que tem um “check-list” que o permite prever com muito mais acerto os passos a tomar para se garantir que uma imagem, uma marca, e com eles os negócios e lucros, sejam perdidos.
Gestão de crises não é para amadores. Quem tem a comunicação como setor essencial arranca sempre na frente. Se possuir um sistema de para todos os tipos de negócios e pessoas públicas, segura a crise com mais força e organização. Agora foi o Coronavírus que derrubou grandes corporações, bolsas de valores, governos, sistemas de saúde e muito mais. Amanhã certamente será outra “novidade” a testar nossas capacidades humanas de viver em sociedade, em solidariedade, e de forma a que não destruamos a nossa casa Terra.
Neste momento em que poucos sabem o que fazer e se desesperam com a tomada de decisões de governadores e prefeitos sobre como e quando retomar negócios – acredite, eles também não sabem como mas tem de fazer algo! – e a vida normal, acredite, invista em comunicação de forma estratégica. Não é só gastar em impulsionamentos, likes, visibilidades fúteis. É garantir um método de ação e reação às crises de forma profissional, segura, experiente e sustentável. Não se iluda, o mundo pós-coronavírus será completamente diferente nas relações econômicas, pessoais. A única coisa que não muda nunca: a comunicação. Pense nisso, crie a sua Governança da Comunicação e seja eficiente diante de qualquer crise.
* Por Salvador Neto, jornalista, consultor e criador do método Governança da Comunicação.