Turismo cinematográfico ganha força no Brasil
A visibilidade conquistada com a Copa do Mundo, a boa hospitalidade do brasileiro e a diversidade de paisagens nos destinos turísticos nacionais abrem espaço para fortalecer o turismo de cinema no Brasil. A avaliação é do ministro do Turismo, Vinicius Lages, que sugeriu a construção de uma pauta específica e intersetorial, com a participação de governos locais e federal, para tratar do tema. A sugestão foi feita durante a Reunião Estadual de Turismo do Rio de Janeiro, realizada nessa quinta-feira (18) no auditório da Fecomércio, no Rio.
O encontro de gestores públicos e representantes do setor produtivo, organizado pela Secretaria de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, contou com o representante da Rio Film Comission, Steve Slot. “Temos de unir forças para vender o Brasil como um cenário para grandes produções cinematográficas e de TV”, afirmou. Ele afirmou que a realização do Festival de Cinema do Rio de Janeiro, marcado para a próxima semana, é uma boa oportunidade para discutir o assunto.
Para o ministro Vinicius Lages, quando se fala em turismo cinematográfico, devemos lembrar que trata-se de um público extremamente qualificado, que se bem tratado tem um poder incrível de divulgar os destinos turísticos. “Imagina um ator de Hollywood renomado falando bem de uma cidade brasileira”, disse. O Ministério do Turismo elaborou uma cartilha que explica o tema turismo cinematográfico.
Sede de um dos principais polos cinematográficos do Brasil, o Rio de Janeiro serve de cenário para o terceiro filme da série Cidades Que Eu Amo. Depois de Paris e Nova Iorque, a capital carioca abrigou 11 diretores de sete nacionalidades reconhecidos mundialmente que retratam os encantos do Rio por meio de personagens de diversas áreas da cidade.
Dados da Agência Nacional de Cinema (Ancine) mostram que o setor audiovisual movimenta mais de R$ 16 bilhões por ano. De acordo com um estudo do Ministério do Turismo, a adoção de uma política pública integrada entre as produções de cinema e o turismo reforça a divulgação do País.
O Brasil no telão
Entre os cenários brasileiros eternizados nas telas de cinema estão a praia de Jericoacoara (CE – A Ostra e o Vento), o município de Cabaceiras (PB) – apelidado de “Roliúde Nordestina”, após abrigar as filmagens de “O Auto da Compadecida”, e o município de Morro Branco (CE), cujas paisagens ficaram famosas nas novelas “Tropicaliente” e “Final Feliz”.
Em Palmas (TO), o circuito turístico “Nas trilhas do cinema” percorre locais de filmagens de produções como o reality show americano “Survivor Tocantins”, os filmes “Deus é brasileiro”, “Xingu” e da novela “Araguaia”. De acordo com Márcio Turcato, proprietário de uma agência que atua no circuito, a relação entre turismo e produção audiovisual é mutuamente benéfica. “Depois que criamos o primeiro roteiro, a região ficou mais conhecida e passou a atrair novas produções”, diz.
A capital federal, Brasília (DF), também se consolidou como polo desse segmento turístico graças aos lançamentos “Somos tão jovens”, “Faroeste Caboclo” e “Rock Brasília – Era de Ouro”. Está previsto o início das filmagens de “O filme da minha vida”, dirigido por Selton Mello, no sul do País. A equipe de filmagens tem pesquisado cenários em cidades da Serra Gaúcha como Garibaldi, Farroupilha, Cotiporã e Bento Gonçalves. As locações serão ambientadas nos anos 1960.
O turismo cinematográfico é praticado em vários lugares do mundo. Os atrativos variam de visitas aos sets de filmagem a cenários montados pelas produções audiovisuais. Alguns destinos reconhecidos são Escócia (Coração Valente), Nova Zelândia (Senhor dos Anéis) e Romênia (Drácula). Nesses lugares, as visitas movimentam a cadeia econômica do turismo, desde a hospedagem até a alimentação.