Apps – Eles sabem tudo sobre a sua vida só coletando dados

Você nunca entregou essas informações, mas os aplicativos em seu celular podem muito bem saber suas condições de saúde, religião, finanças e até sua etnia. Essa é a conclusão de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Bolonha, na Itália, e do University College London, do Reino Unido, que demonstrou como perfis de personalidade dos usuários podem ser criados a partir de dados de geolocalização.

Trata-se de um trabalho de inferência, feito por machine learning e realizado a partir de um aplicativo criado especialmente para o estudo. Por duas semanas, 69 voluntários seguiram suas vidas com o software TrackAdvisor rodando em seus aparelhos com o sistema operacional Android. O resultado foram mais de 200 mil localizações registradas, com 2,5 mil lugares diferentes e cinco mil amostrar de informação individual que demonstravam mais do que apenas por onde eles haviam passado.

Os usuários, então, eram apresentados aos resultados relacionados a demografia e personalidade, com um alto índice de acertos em temas como estado de saúde, condições socioeconômicas, etnia e religião. Ao mesmo tempo, a conclusão estarrecedora é de que tais dados, que a maioria das pessoas gostaria de manter em sigilo ou, pelo menos, não sendo utilizado, poderia servir para servir anúncios ou exibir ofertas “especiais” em momentos de vulnerabilidade.

De acordo com Mirco Musolesi, um dos líderes do estudo pela universidade italiana, os usuários não têm ideia da quantidade de informações pessoais que são transmitidas aos serviços online apenas por meio da geolocalização. Isso vale até mesmo quando recursos de segurança embutidos pelas big techs nos últimos anos, com a ideia de dar maior controle aos utilizadores sobre a forma como sua posição no mapa é obtida.

Além disso, a ideia é que, a partir de uma combinação de utilizações de softwares e serviços online com dados de localização, mais e mais informações sejam concedidas, ainda que os utilizadores acreditem ter controle total sobre o que é compartilhado e como tais dados são usados. A conclusão do estudo mostra que isso, na realidade, está bem mais longe da realidade do que muitos de nós gostaríamos.

A ideia dos pesquisadores é mostrar como os sistemas de inteligência artificial voltados para esse tipo de perfilamento funcionam e, sendo assim, fomentar a criação de sistemas que protejam de forma mais adequada a privacidade dos usuários. Uma das sugestões do estudo é a criação de controles mais granulares, que permitam escolher exatamente quais dados de localização são ou não compartilhados com os aplicativos.

Fonte: Eurekalert

Crescem notícias falsas sobre política em todo o mundo

De acordo com um estudo realizado pelo Internet Institute da Universidade de Oxford o número de notícias falsas relacionadas a política tem crescido no mundo. A pesquisa sobre a desinformação em nível global abrangeu 81 países, incluindo o Brasil. Apenas no Facebook, as chamadas “fake news” de conteúdo político já movimentaram cerca de US$ 10 milhões em todo o mundo.

 A escalada de notícias falsas segue crescendo em todo mundo. A conclusão está no estudo realizado pelo Internet Institute da Universidade de Oxford. De acordo com o levantamento, em 2020, 81 países foram afetados por desinformação de teor político. Em 2019, foram 70 registros. Apenas no Facebook, as chamadas “fake news” de conteúdo político já movimentaram cerca de US$ 10 milhões em todo o mundo.

 De acordo com o levantamento, esses mecanismos seguem se espalhando pela sociedade como também têm se tornado cada vez mais desenvolvidos e vêm atraindo, inclusive, agentes públicos. “Redes sociais precisam melhorar seu jogo, aumentando seus esforços para indicar desinformação e fechar contas de fake news sem a necessidade da intervenção do governo”, afirmou diretor do Oxford Internet Institute e co-autor do relatório, Philip Howard.

A criação de conteúdo falso e veículos manipulatórios é a forma mais comum de promover a desinformação, encontrada em 76 países, dentre eles o Brasil. Por aqui, as notícias falsas se espalham, principalmente, em decorrência da atuação de agências do governo, políticos e partidos, iniciativa privada e cidadãos e influenciadores. 

Fonte: Tudoradio.com/ABERT

Fuja do “achismo”

achismo2-salvadornetocomunicacao-marco2014 Fuja do "achismo"
O “achismo” grassa em empresas e organizações. Fuja dele!

Uma das modalidades mais utilizadas na comunicação de empresas e organizações em geral é o achismo. Você não sabe o que é? Nunca ouviu isso em reuniões intermináveis para se descobrir a solução final de problemas em sua empresa? Achismo, dizem os dicionários, é a tendência em avaliar as situações segundo as próprias opiniões ou intenções, muitas vezes sem justificação. Opiniões, eu tenho a minha, você tem a sua. Intenções, todos têm, dependendo do que se deseja obter. Agora, justificar a sua proposta é um caminho um pouco mais duro, e depende muito do background do profissional.

O achismo é uma das fontes mais fecundas dos fracassos em projetos de comunicação mundo afora. Na política, assessores vivem achando tudo, sobre tudo, e com base nisso decidem rumos que não poucas vezes levam lideres políticos à ruína. Nas finanças, achar que a inflação, o cambio, os juros, vão subir descer, cavam rapidamente a falência. Nas empresas em geral, lançar produtos e serviços com base no achismo carreia milhões para ralos dos mais diversos, causando perdas incalculáveis para a imagem das empresas, e claro para o bolso dos sócios e acionistas.

Pesquisas, pesquisar dados estatísticos, tendências, estratégias, ter uma leitura do mundo como um todo, isso tudo e mais um pouco deve ser feito com prioridade. Experiência é fruto de tentativas, e aí erros e acertos. Essas vivências é que determinam o conhecimento, aliado a pesquisa, embasamento em bases sólidas. Fuja de mágicos que oferecem o santo graal para a cura de todos os males da empresa. Não dê ouvidos a quem acha muita coisa, mas pouco tem de base concreta para afirmações que levam a decisões estratégicas. Aposte em quem pensa, e planeja. Os resultados serão infinitamente superiores ao time dos achistas.