Gestão de Imagem é coisa séria

Se há algo estrategicamente errado na gestão da imagem de empresas, personalidades, organizações, é “falar” aquilo que não se é. Exemplo: invocar que seu governo é transparente, altamente técnico e ser desmentido pela realidade dos fatos. Aliás, nada pior para a imagem pública que ser desconstruída pela realidade. É fatal para os negócios, para a política, para o marketing pretendido.

Um exemplo atual deste tipo de definição e gestão estratégica é o governo de SC, comandado por Carlos Moisés da Silva. Eleito na onda bolsonarista, chegou avisando que seu governo seria transparente, técnico, nova política, dizia. No meio do caminho esbarrou na realidade. Sem diálogo com parlamentares, criou várias crises políticas em menos de ano e meio do mandato. Eis que ainda chega a pandemia do coronavírus.

Moisés até foi bem de início. Encarou o empresariado, fechou tudo para garantir o isolamento social e reduzir o contágio, etc. Diariamente realizava, e realiza, um monólogo via internet. Ele fala, o povo só ouve. Coletivas de imprensa virtuais começaram a ter perguntas censuradas. Aos poucos foi cedendo as pressões por reabertura das atividades econômicas. Até que apareceram as licitações para a compra de EPIs para o combate ao Covid-19.

Matéria do The Intercept Brasil derrubou o pano que encobria negócios no minimo estranhos como um hospital de campanha que custaria R$ 76 milhões, compras com pagamento antecipado, e uma em especial de R$ 33 milhões para a compra de 200 respiradores, pagos antecipadamente e sem qualquer garantia cabal de recebimento dos equipamentos. Começou a faltar ar no Governo, dito técnico, transparente e novo.

Revoltado, o governador Carlos Moisés atacou a imprensa em evento virtual com empresários, solicitando claramente que eles usassem se poder econômico para dirigir o conteúdo do jornalismo que o desnudou. Aí a imagem ruiu por completo. Aonde se dizia novo, ficou mais arcaico e carcomido na tentativa de censura. Transparência, zero, quando não soube explicar porque, quem, como e para quê se pagou milhões por algo sem garantia sequer de recebimento. De técnico, ficou somente a palavra.

Portanto, fica a lição aos estrategistas de imagem: nunca vendam a imagem que se dissolve no ar ao primeiro vento ou tempestade. Prefira mostrar à sociedade o que é como ele realmente é. Se for sisudo, mostre-o como é. Caso seja duro no jeito de ser, é isso que as pessoas tem que ver. É ruim, seria melhor mostrar outra “cara”? Pode ser, mas prefira sempre ser realmente transparente, real, você nunca será pego nas curvas da vida ao ser confrontado com uma imagem inexistente. Até o próximo artigo!

  • Salvador Neto já segurou muitas crises de imagem, orientou muitas empresas, organizações e personalidades sobre sua imagem pública e real. Sabe bem o custo de uma comunicação sem base.

Governança da Comunicação – Cinco dicas para implantação

Há seis meses escrevi artigo aqui (clique e leia) sobre o método que criei para garantir a gestão transparente e sustentável de empresas, órgãos públicos, personalidades públicas, políticos e todos os segmentos, a Governança da Comunicação, a qual chamo de GovCom. Com a crise da pandemia da Covid-19 mais do que nunca as organizações precisam da sua GovCom específica, adequada aos seus processos.

Sim, não existe uma “camisa” única para todos usarem, e a partir daí tudo se resolver na comunicação. É preciso foco, atenção, envolvimento, desenvolvimento das suas regras específicas, e mais que isso, acompanhamento permanente na execução da sua política de comunicação. Para dar uma ideia do que seja a Governança da Comunicação que defendo, seguem algumas dicas:

  1. Definir a gestão da comunicação como estratégica
    Se a comunicação não for a prioridade da gestão, não existirá Governança da Comunicação que dê resultado. Comunicação não é apêndice de nada como vários gestores imaginam e praticam. Foco somente no produto, no processo, nas vendas sem comunicação que funcione de forma harmoniosa, transversal e objetiva, não é o caminho ideal.
  2. Liderança genuína e participativa
    Outro passo importante, a definição da pessoa que vai liderar o processo da Governança da Comunicação, seja para gerir uma assessoria interna ou consultoria externa. O perfil precisa ser agregador, que goste de envolver as pessoas nas soluções, motivador, e claro, compreenda e goste dos processos de comunicação. Esta definição é fundamental.
  3. Da Portaria ao topo
    A cultura da empresa, organização, liderança e outros já se vê da portaria, a primeira “olhada”. Portanto, se há disposição de implantar uma política de GovCom, há que se envolva a todos no processo. Por isso, da Portaria ao Topo, pois todos devem compreender o que vai acontecer, como, aonde, quando e porque. Se um elo for esquecido, a engrenagem comunicacional vai emperrar em algum ponto. Participação, total e irrestrita, do começo ao fim, sempre.
  4. Treinamento
    Nos tempos modernos e totalmente interligados em que vivemos online com a vida correndo na palma das mãos em celulares e seus apps, nem seria preciso dizer que investir em treinamento, desenvolvimento e capacitação de pessoas é regra básica para a vida longa de qualquer negócio. Há que se nivelar o “time” todo, da Portaria ao Topo, para a compreensão da profundidade da comunicação em nossas vidas, e claro, na organização onde trabalham. Sensibilizar o “time”, certo?
  5. Tomografia Total
    Como quando vamos a um médico para saber o que temos com as nossas dores, de onde elas vem, assim precisamos fazer também com as organizações. Talvez um dos passos mais importantes para se implementar a GovCom na organização seja o que chamo de “Tomografia Total”. Um diagnóstico profundo da operação, novamente, mas agora inversamente, do Topo à Portaria. Identificar o “sentimento” das pessoas, os processos de comunicação em todos os departamentos, setores. Verificar o “nível” ou falta de, comunicação. Daí sairão os passos para que a Governança da Comunicação vá para o papel, e depois, para a sua execução.

Estas são algumas dicas que deixo a quem deseja ter a maior taxa de sucesso possível em seus empreendimentos, atividades, empresas ou organizações. A Governança da Comunicação que criei visa não resolver todos os problemas, mas reduzir drasticamente os ruídos que produzem problemas e doenças que inviabilizam muitas vezes negócios prósperos.

A Salvador Neto Comunicação oferece com exclusividade o método “Governança da Comunicação” seja como assessoria (implantação executiva) ou consultoria com acompanhamento do início ao final do processo com a entrega do “software” exclusivo ao contratante. Lembre-se, os tempos pós-pandemia serão duros, é preciso ser ainda mais competente, organizado e objetivo para sobreviver e continuar a liderar.

* Salvador Neto é um médico da comunicação experiente. Já tratou muitas doenças em empresas, organizações, lideranças públicas, órgãos de estado. Quem seguiu as bulas, melhorou, quem não seguiu as recomendações segue com reações colaterais.

Gestão de crises em tempos de fake news

Não é novidade para ninguém que as famosas “fake news” invadiram as mídias sociais e complicaram a vida de pessoas comuns, personalidades, empresas e governos. Como sempre nós seres humanos temos a infinita capacidade de criar algo novo e bom em coisa muito ruim.

Já disse o grande Umberto Eco que as mídias sociais deram voz aos idiotas, o que complica muitíssimo a nossa capacidade de compreensão de ideias, pensamentos construtivos. Afinal, a seara da internet possibilita realmente uma alta democratização do pensamento, seja ele bom ou ruim. No momento, e como sempre foi nos tempos analógicos, as mensagens ruins animam mais a plateia que as boas.

O que fazer nestes terríveis tempos de fake news então? Em primeiro lugar, ter um planejamento estratégico da comunicação para estabelecer limites éticos e de conteúdo que será produzido e divulgado. Sim, a partir de uma régua de conteúdo, todos da organização, da família, e outros, podem compreender os limites de exposição.

Em segundo lugar, criar mecanismos de identificação de fake news sobre você, sua empresa, empreendimento, governo, para que rapidamente se estabeleça uma resposta rápida, objetiva e terminativa diante da mentira espalhada. Existem mecanismos que podem identificar essas maldades, veja alguns deles:

Aos Fatos (aosfatos.org)

Agência que verifica vídeos, correntes e memes que circulam na internet.

e-farsas.com

Criado em 2002, o blog foi um dos primeiros a desmentir boatos no Brasil.

B.S. Detector (bsdetector.tech)

Plug-in de navegador que analisa a veracidade e classifica o site acessado.

Vaza, Falsiane (vazafalsiane.com)

Curso online, gratuito e interativo sobre notícias falsas.

Fontes: Sites G1, Harvard Summer School, IFLA, Nova Escola, First Draft e Vaza, Falsiane.

Finalmente, tenha uma assessoria de imprensa e comunicação com boa reputação e experiência que saiba gerir os efeitos de um ataque de fake news. A rápida resposta a uma crise é ainda o melhor antídoto contra notícias que afetem a imagem dos negócios e pessoas. Em tempos digitais, em que com dois toques de dedos as penas se espalham de um continente a outro, a aplicação do remédio tem que ser na mesma rapidez.

Precisou de Assessoria de Imprensa, conte conosco, mais de 25 anos de atuação em todos os segmentos.

  • Salvador Neto

Venda-se!

SalvadorNeto-Coaching-Comunicacao-vender-carreira-ser-voce-mesmo-marca-pessoal-artigo-Venda-se-21jun2017-site-300x188 Venda-se!
Não seja o que o “mercado quer”, e sim quem você é de fato

Não, não é nada disso que você pode estar pensando não… Nada a ver com as falcatruas e roubos em Brasília e país afora, mas tudo a ver com a sua carreira, seu sucesso, seu futuro e bem estar. Saber se vender, ou melhor, venda-se, deveria ser matéria obrigatória desde que o ser humano se entende como gente.

Como sempre disse em minha já longa carreira, em palestras, treinamentos e eventos, o problema do mundo está na comunicação. Nos comunicamos mal, ou então comunicamos mal e mentirosamente, o que acarreta danos imensuráveis à vida de milhares de pessoas em guerras idiotas, ou à sua carreira. Tudo gira em torno da comunicação, pense nisso.

Vamos ao ponto. Além da comunicação – é sabido que a timidez, o medo de falar em público, de expor ideias, dificulta muito a vida desde a escola, em família, no mundo do trabalho não é? – a necessidade de se “transformar” em alguém que o mercado, a família, o cargo, etc, etc, aceitem são inibidores do real sucesso que é estar bem consigo mesmo. Desestressado. Sendo você mesmo, e sendo aceito.

Defendo sempre que cada ser humano seja ensinado a se valorizar. Conhecer-se muito bem a si mesmo, com seus defeitos, virtudes, talentos, saber o que tem de melhor e de pior. Com base nisso, compreender que sua formação profissional deve seguir esse diagnóstico de vida, de si mesmo. Tenha a certeza, sua vida será mais leve. Sem máscaras profissionais, familiares. Você sendo você, e se colocando no mundo nas áreas em que seja bem vindo, requerido, e ao final, respeitado.

Ao se conhecer profundamente, o ser humano saberá se vender melhor, e terá extrema segurança de se mostrar para os cargos que quiser. Terá mais facilidade em encarar seus medos, e sentirá poder suficiente para conquistar seu espaço. Nada é pior que se vender como aquilo que não é, ou que tal vaga ou nicho precise, sem que você tenha aptidões, conheça, goste ou seja preparado para tal. A vida lhe cobrará isso, principalmente em sua saúde.

Venda-se como você é. Conheça-se muito bem a si próprio. Capacite-se no que desejar fazer e sentir-se feliz em fazer. Assim, contribuirá para a sua vida ser a melhor possível, será feliz, e certamente, dará ótimos resultados às empresas, oportunidades de trabalho e renda, e até para a sua família e relações afetivas. Pense nisso!

* Salvador Neto é jornalista, empreendedor, coach em comunicação, marketing, liderança e carreira. Enfrentou muitas barras pesadas na vida até aqui, e continua enfrentando. Se vendendo como é. 

Imagem: Eleição mostrou como destruir imagem em alguns atos

Salvador-Neto-Comunicação-crise-imagem-assessoria-imprensa-300x189 Imagem: Eleição mostrou como destruir imagem em alguns atosHá duas semanas escrevi pequeno post em meu Facebook. Ele dizia o seguinte: Quer um case de destruição de imagem em tempo recorde? Marina Silva é o case. De grande líder humilde, da sustentabilidade, ambientalista, à multipartidária, ultra direitista, sem rumo, e apenas uma vaga memória de líder política respeitada, agora com o anúncio de apoio a Aécio. Lamentável para nosso futuro político. Um ótimo exemplo de como não se deve gerir a sua imagem.

Tal texto suscitou ataques irracionais de torcedores do time de Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência da República contra a candidata do PT e atual presidenta, Dilma Rousseff. A quem não entende de comunicação, não estudou um pouco sobre a gestão da comunicação, soou como um olhar político. Talvez tenha sim um viés político, mas tem muito mais de aprofundamento profissional do que não fazer com a sua imagem em momentos de crise.

Marina voltou à tela da TV no programa do tucano semana passada. Tentou mudar o visual, soltou os cabelos que antes viviam amarrados em um coque que lhe dava alguns anos a mais na idade. Mas o discurso foi o mesmo, diametralmente oposto às suas origens (sociais) e ideais (igualdade, inclusão, etc). Ou seja, amplificou o desastre de imagem que levou décadas construindo. Repito, em apenas pouco mais de quatro anos, Marina Silva diluiu sua imagem em nada.

Alguns dizem que na verdade ela não era realmente aquilo que vendia ao longo da sua carreira política. Talvez tenha mudado ao longo do contato com o poder, que a fez trocar de lado pouco a pouco, chegando ao auge ao ser picada pela mosca azul, aquela que a levou a disputar a Presidência da República em 2010 trocando o PT pelo PV. Depois o PV por algo como Rede Sustentabilidade (que não é sustentável ainda hoje), e agora no PSB por oportunidade.

Tudo isso relato para tratar da importância dos cuidados com a imagem dos negócios, da personalidade (político, atleta, empresário, etc), das entidades civis, entre outras. Que fique claro que em qualquer passo na comunicação, você precisa planejar. Sem planejar, não há sucesso possível. Porque não haverá plano de contingencia, nem estratégias, nem táticas. Vai ser tudo no acho que é isso, e aí… a derrocada é quase certa.

Passo dois: jamais venda algo que você não é. Você sabe quem é você mesmo. De nada adianta vender, por exemplo, imagem de seriedade se vive em baladas com mulheres e bebidas. Ou se dizer alguém preocupado com o trabalhador e não acreditar que pagar INSS e FGTS ajuda o seu funcionário, nem ter um tratamento respeitoso com eles. Ou ainda, falar de ética na política e fazer como Marina, que trocou de partido três vezes em quatro anos, e se aliou com conservadores, quando sua história de imagem foi colada aos grupos mais progressistas.

Passo três: defina claramente para que você está investindo em sua imagem de empresário, atleta, educador, palestrante, ou outra profissão que decidir seguir. O que você quer ser? Como quer ser lembrado? Para que servirá a imagem? Por onde imagina seguir a carreira? Isso tudo também relacionado a quem você é de fato na vida real. Sabe por quê? Se você vender uma coisa e for outra na vida real, mais cedo ou mais tarde essa construção cederá, cairá. Nada se mantém sem uma base forte e fiel ao original. Pense bem nisso.

É difícil seguir esses caminhos, dicas? Penso que sim, mas seria um ganho extraordinário para você mesmo investir em você mesmo, carrancudo ou não, fumante ou não, playboy ou não, acadêmico ou apenas estudioso, enfim, sai mais barato para o bolso, para a vida que vale no dia a dia, mantém a sua paz por não ser alguém que jamais foi e ter de mostrar algo falseado a maior parte do tempo. Não faça como Marina Silva. Seja você mesmo, e mantenha a sua imagem sempre respeitada.

Dica de profissional tá certo? Não busque ser o que não é, trabalhe seus projetos de comunicação de imagem com a sua essência, isso garante o seu sucesso sempre.

* Escrito por Salvador Neto, consultor estratégico em comunicação, planejamento e gestão de comunicação, marketing, assessoria de imprensa, mídias sociais e conteúdo. Tem mais de 20 anos de serviços prestados em assessoria de imprensa em vários segmentos, já enfrentou crises de imagem das brabas, e conhece como poucos a comunicação em diversos segmentos econômicos no país!